Ayolas: ex-referência no turismo vira mercado de peixes


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Ayolas: ex-referência no turismo vira mercado de peixes

O quilo do dourado em época de grande procura saia por menos de R$ 14

Antes referência no turismo da pesca, Ayolas mudou seu ramo e agora é uma das principais abastecedoras do mercado consumidor de peixes do Paraguai. Há menos de dez anos a cidade era tomada por turistas brasileiros e era sinônimo de pescaria com fartura. No entanto, o lugar foi perdendo força para as cidades da província de Corrientes, na margem argentina do Rio Paraná, e hoje segue um caminho inverso: abate de dourados e pintados aos milhares, graças à liberação assegurada por lei desde 2012.

Segundo reportagem do jornal ABC Color, entre a semana do Natal e do Ano Novo, Ayolas recebeu 1.500 visitantes. Todos vieram em busca de pescados. O dourado – o mais procurado, assim como o pacu, custava 25 mil guaranis o quilo (cerca de R$ 13,85). Já a piapara e a piracanjuba, 20 mil guaranis (cerca de R$ 11); enquanto que o pintado, 30 mil guaranis (cerca de R$ 16).

O dono de uma peixaria foi bem claro à reportagem do ABC. Naquela semana “a maioria das lojas estava com estoque zero”. E mais: os visitantes não vinham apenas para comprar a fim de consumir nas festas de fim de ano, mas sim para abastecer seus respectivos comércios em outras cidades.

O Paraguai há quase cinco anos decidiu abrir mão da cota zero e do pesque-e-solte das espécies mais procuradas por turistas, como o dourado e o pintado, porque alegava desconhecer os efeitos da medida conservacionista. Diante de dados alarmantes da FAO, os quais apontavam que 25% dos paraguaios padeciam de fome, e a fartura de peixes em suas águas, o país decidiu dar total apoio para a pesca artesanal e com isso abrindo caminhos para a depredação das especies e para pesca sem controle.

Somente em Ayolas, segundo dados das próprias associações locais, existem 1.221 pessoas que dependem diretamente da atividade pesqueira para viver. A cidade tem pouco mais de 18 mil habitantes.

O turismo da pesca ainda existe na cidade. Mas não é como antes. Brasileiros podem abater os peixes, mas não podem transporta-los. A qualidade do atendimento é claramente inferior à da vizinha Argentina. O foco, definitivamente, é outro.

Fonte : revistapescaecompanhia.com.br


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